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Pucón, Chile | Pequena e Encantadora

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Pucón é uma pequena cidade, muito aconchegante, localizada na região dos lagos, mais precisamente no centro-sul do território chileno. Popular entre aqueles que praticam esportes radicais como esqui, canoagem, rafting, alpinismo e trekking. Com seus 25 mil habitantes, plana circundada por montanhas e pelo Vulcão Villarrica ao sul, o lago Villarrica ao norte e a costenera Roberto Geiss que margea o Lago Poza a oeste.

A Av. O’Higgins é a principal via que liga a cidade de uma ponta a outra. Seu clima tem uma variação de 17ºC (janeiro/verão) e 7ºC (julho/inverno), as chuvas são constantes nessa região, no entanto no verão possuem menor intensidade. Se você necessitar de informações turistas caminhe até a Oficina de Turismo, localizada na Av. O’Higgins 483 esq. Calle Palguin – durante o verão, funciona diariamente 9h-22h, e, no inverno, 9h-13h30/15h30-19h.

O Vulcão Villarrica vai te acompanhar em todas as suas fotos na cidade, para onde você olha ele esta lá, com seu pico nevado e soltando uma fumacinha (rs!). Na central dos bombeiros, na O´Higgins, existe um semáforo de alerta e instruções para evacuação da cidade caso o vulcão entre em atividade. Para os mais corajosos o melhor é subir até a sua cratera, uma das maiores emoções da minha vida.

CIRCULANDO PELA CIDADE

A cidade é muito pequena e fácil de andar por ser plana. Não existem linhas de bus urbanos, como alternativa use os táxis coletivos, pagando apenas CHP$ 300,00 (R$ 1,20) e levam até 4 passageiros. Conforme na tabela acima, para cidades e lugarejos próximos, há microônibus com saídas frequentes. Outra alternativa ecologicamente correta é uma bike, você encontra vários locais que “alquilan” na Av. O’Higgins, o custo é em média de CHP$ 5.000 (R$ 20,00 diária). Tá sobrando grana?! Então alugue um carro. Fizemos isso e foi uma excelente alternativa, principalmente para fazer os passeios que ficam fora da cidade. O custo média em alta temporada é de CHP$ 20.000 (R$ 80,00 diária Km livre). Alugamos com o Peppe da locadora RENT A CAR KILOMETRO LIBRE, localizada na Calle Gerónimo de Alderete, 480. Só uma dica, se for alugar um carro com o Peppe não apareça por lá com nada do time chileno “La U” – Universidade Católica (rs!), ele é Colo Colo doente! Ficou bravo comigo só porque eu estava com um boné da “La U”… (rs!). Outra boa opção é a locacadora PUCON RENT A CAR, Av. Colo Colo, 340, preços semelhantes aos que alugamos.

HOSPEDAGENS em Pucón, Chile

Pucón possuem diversos tipos de hospedagens e o melhor, para todos os bolsos. Campins, Cabanas, Hospedajes (casas de família – que levam o nome de seus donos), Hostels, Hostals (tipo pousadas no Brasil) e Hotéis. Estive na cidade no periodo de alta estação (verão), preços elevados e muita dificuldade para encontrar vagas. Se você pretende ir nesse período, procure reservar bem antes.

ONDE COMER/BEBER em Pucón, Chile

Caminhando pela Av. O’Higgins e nas ruas que cortam a avenida, existem diversos restaurantes, lanchonetes, bares… a variedade é muito grande e pra todos os gostos. Para um bom café da manhã passe no Café La Tetera, Calle Urrutía, 580. Mais tarde se bater a fome e quiser fazer um lanche a boa pedida é a Suiza Pastelería na Av. O’Higgins, 116. Agora se você gosta de um boa comida japonesa, recomendo o Pachamama Sushi Bar. Para quem quer economizar e gosta de preparar a sua prórpia refeição, passe no Supermercado Eltit, Av. O´Higgins 292. Em frente ao terminal de da Turbus também tem um pequeno mercado (Supermercados Mauro) com boas opções de frutas e verduras.

BALADAS

Pucón é um lugar que possui baladas bem legais no verão, muitos bares e danceterias, todos sempre lotados. No Chile a “jogatina” é liberada e como toda boa cidade de destaque no país, Pucón também tem um Casino! Logo no primeiro dia falei pro pessoal que gostaria de ir no cassino, eu que não jogo nem “porrinha”… (rs!). Queria conhecer e saber como é um cassino, foi o que fiz.

O Casino Pucón esta localizado na Calle Clemente Holzapfel 190, a entrada custa CHP$ 500, aberto todos os dias, um lugar de muita gente rica, bonita e elegante. Entramos, fui sondar o lugar e me encantei com a roleta (que besteira!), comprei U$ 60 em fichas e fui arriscar a sorte, comecei a ganhar nos primeiros 15min. “Eita, hoje é minha noite de sorte”, só durou mais 4 rodadas. Em resumo, perdi o dinheiro mas joguei no cassino…

Saimos do cassino, já com a cota estourada (rs!) e fomos para o Mama’s and Tapa’s. Barzinho muito massa localizado na Av. O’Higgins. O lugar estava lotado, cheio de turista e locais. Muitas “chicas guapas” deixavam o ambiente mais agradável. A cerveja no ponto, só o preço que não era dos melhores, o caneca de Chopp Cristal custava CHP$ 3.000. Curtimos muito até a balada fechar as 3h, isso mesmo, as 3h da manhã. No Chile existe um pouco da “ditadura” ainda, alguns locais fecham cedo e esse estava enquadrado (rs!).

PASSEIOS

Dentro da cidade não há muito o que ver ou fazer. Visite a Playa Grande, à beira do Lago Villarrica, que no verão fica bastante movimentada, sempre com muita badalação e gente bonita. Uma coisa estranha ao chegar na playa é a cor “preta” da areia, isso mesmo!!! Toda essa região foi formada por vulcões e Pucón esta aos pés do Vulcão Villarrica, logo a areia que encontramos na playa é vulcânica.

O sol nesse período se põe tarde, por volta de 21h e muita gente fica na playa até o sol se por. A água não poderia ser diferente..rs! é muito gelada e o incrível é ver o pessoal tomando banho “naquele gelo”. Importante, no Chile não é permitido consumir bebidas alcoólicas nas ruas, quem infringir a lei paga multa, por pouco não pagamos (rs!). Levamos uma garrafa de Pisco para a playa e começamos a beber numa boa, quando vimos estávamos sendo “vigiados” pelos guardinhas da Armada de Chile. Ainda bem que nos tocamos e escondemos, eles ainda ficaram uns 30min nos observando.

Ojos del Caburga

Para chegar ao local, saindo de Pucón sentido Lago Caburga, no 17km existe uma entrada a esquerda (uma estrada de chão batido), depois de 1km você encontra a entrada do local. Para explicar melhor, Ojos de Caburga (Olhos de Caburga) é o ponto onde as águas de um rio subterrâneo emergem da terra, criando varias quedas d’água. O lugar é sensacional !!! A água tem um tom turquesa e transparente, lindo. Indo de bus peça para descer na entrada e depois caminhe até o local.

Existe lanchonete, local para lanches (mesas e bancos), banheiros e uma pequena lojas de conveniências. Reserve no mínimo 1h30 para desfrutar dessa natureza exuberante. Aberto para visitas todos os dias de 8h as 18h, entrada CHP$ 1.500. Não deixe de visitar a Laguna Azul, caminhando por mais uns 100mts após cruzar as quedas d´água. Nem preciso comentar que é proibido nadar no local, né!

Lago Caburga

Após visitar os Ojos de Carburga, retorne a estrada e siga mais 8km (25 km de Pucón), chegando ao lindo Lago Caburga cercado por morros cobertos pelo bosque nativos e lindas casas ao longo dos morros. O local é próprio para esportes aquátivos, passeios de barcos e uma reunião em família (piquenique) ao longo das frondosas árvores as margens do lago. Existem diversos restaurantes no local. O bom mesmo é pegar um barquinho e curtir um passeio no lago, custo de CHP$ 2.000 por pessoa.

Parque Nacional Huerquehue

Não chegamos a ir até o parque. Distante 35km a noroeste de Pucón, aberto das 8h30 as 20h, entrada CHP$ 4.000. São atrações do parque: Lago Tinquilo, Lago Verde, Lago Toro e o Valle Río Nevado, sendo que, neste último, há várias quedas d’água e grandes áreas verdes rodeadas por montanhas. Para os aventureiros de plantão, é um excelente local para trekking ou piquenique. Uma das atrações do local é a observação do Condor dos Andes.

Termas

Chegou a hora de relaxar (rs!), como se tanta beleza desse stress. Geralmente os turistas visitam esses locais depois de subirem o Vulcão Villarrica, inclusive as empresas de turismo já oferecem os pacotes incluindo as termas. Decidimos ir no retorno do Lago Caburga devido a proximidade de onde estávamos.

Pucón - Termas Los Pozones

Existem muitas opções na região, com ambientes requintados que oferecem hospedagem e outros mais rústicos, onde o banhista utiliza o local pagando o preço justo. Fomos para a Los Pozones, indicada por minha amiga Vanessa, que passou por Pucón 1 mês antes de nossa estadia. Localizada junto ao Rio Liucura, Los Pozones é a primeira as termas de toda a cadeia (Pozones, Huife, Quimeyco, Liucura) no sentido de Pucón. Sua beleza é típica do sul do Chile, totalmente indescritível. Lugar preferido por jovens e em especial os turistas mochileiros, pois podem acampar.

São 7 piscinas naturais de diferentes tamanhos, fabricadas com rochas locais em estilo rústico e variam entre 30ºC e 42ºC. O Rio Liucura corre junto as termas, o que possibilita mudar de temperatura dando um mergulho no rio. Para se chegar até as piscinas é necessário descer 100mts de escadas, o problema é subir relaxado (rs!). É permitido entrar de carro, no local também existem vestuários e banheiros.

Vulcão Villarrica

Por fim o “temido” Villarrica, com seus 2.874m de altura, com o seu pico coberto de neve e sua fumaça saindo constantemente. Muitas empresas ao longo da Av. O’Higgins oferecem pacotes para a ascensão ao Villarrica. Os preços são em média CHP$ 35.000, se estiver em grupo é possível conseguir um desconto.

Como é uma atividade que envolve risco de vida, todos são obrigados a assinar um termo de responsabilidade no caso de alguma eventualidade. Um dia antes da aventura é necessário verificar se o equipamento esta adequado ao seu corpo (roupas, botas, mochila…). Instruções básicas são passadas na assinatura do contrato com horário de saída e prévio de retorno.

Esse foi o maior desafio de minha vida de “aventura”, que estava apenas começando. Totalmente sem nenhum preparo físico, resolvi enfrentar aquele desafio, acordei as 5h e meia hora depois já estávamos dentro da van indo para o Parque Nacional Villarrica. Na chegada, os guias dividem os grupos e passam todas as instruções do percurso. Existe a opção de subir de teleférico, equivalente a 1h de caminhada (eu optei claro), o custo é de CHP$ 5.000.

Comecei a subida com muita euforia, carregando uma mochila com uns 8kg (picareta, roupa de frio, luvas, comida, água, lanterna, grampos para neve…) na primeira meia hora já estava pedindo “pra sair” (rs!) e pensar que ainda faltavam 4h até o cume. Logo os grupos foram se dividindo, entre os lentos e rápidos. Jovens, senhores(as), adolescentes, os grupos eram mesclados, todos com um único objetivo. O que mais me chamou atenção foram a pessoas de meia idade, que garra! A cada meia hora parávamos para beber água e a cada duas horas um lanche.

Em passos lentos e com muita falta de ar, fui ficando pra traz e em alguns momentos quase desisti. Um dos guias que subiu por ultimo, vendo o meu estado perguntou se queria voltar. Disse que não! Ele me passou algumas instruções e pediu para acompanhar seus passos, um de cada vez. Ali vi como precisamos ter paciência para darmos passos curtos e conquistarmos os lugares mais altos, primeira lição de vida! A segunda foi saber que nem sempre o cume é a conquista e sim que podemos superar muitos limites chegando em segundo lugar. Após 5h de subida, com fortes dores abdominais, resolvi parar. Faltavam apenas 500m para a cratera do vulcão.

O choro foi inevitável! A vontade de chegar até lá em cima era enorme, no entanto pensei nos meus limites, na saúde e que ainda tinha uma linda viagem pela frente. Parei, fiz um lanche, curti aquela paisagem e senti a linda presença de Deus naquele lugar. A vista de Pucón era impossível, pois um enorme tapete de nuvens cobria toda a região. O sol era muito forte, a neve queimava os olhos, um mix de calor e frio. Só estando lá para entender o que senti naquele momento. Na bagagem trouxe um novo desafio, um dia volto e vou conquistar o cume.

Paisagem fixa na maquina fotografia e na minha mente, pedi ao guia para descermos, minha amiga Audrey também estava voltando conosco, sua história foi parecida com a minha. A descida é outra aventura, vestimos um acessório na calça e descemos no famoso “esquibunda”. A descida é muito legal, comer neve também faz parte (rs!) e vira criança novamente. Sempre com muito cuidado nos locais de maior velocidade para não cair fora do caminho de gelo e de machucar nas rochas.

Bem, chegamos no estacionamento do parque com a missão quase que cumprida. A empresa pagou um taxi para nos deixar no centro de Pucón. Aguardamos o Augusto retornar do Villarrica e seguimos direto para o terminal de bus da JAC, rumo a Puerto Varas.

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